SINFONIA DO LENHEIROS

Esta música foi inspirada em um amor impossível à sua época: uma rica senhora, casada com um latifundiário escravocrata, sofrendo terrivelmente os maus tratos de um casamento mal fadado, apaixonou-se por um dos escravizados da fazenda.

De tanto observá-lo na luta, nos afazeres braçais, seu coração despertou novamente para a paixão e vivenciaram alguns momentos de alegria e felicidade desse amor.

Porém, vindo à tona esta relação, foi logo combatida ferozmente, com a punição severa por parte do esposo traído. O homem preto foi cruelmente assassinado e a Sinhá inconformada com a morte violenta, lançou-se de um precipício. Suicídio movido pelo profundo desespero. Além da repetida de boca em boca, esta lenda está materializada ou configurada em uma escultura em uma rocha de quartzito na Serra do Lenheiro, que representa um rosto feminino tristonho, com a cabeça encoberta por um pano e que segundo as crenças populares representa a tal Sinhá…

Teté captou com maestria as nuances da lenda e converteu-a em empolgante obra musical que valoriza a cultura popular. Recurso da Lei Paulo Gustavo 2024 – Governo do Estado de Minas Gerais – Secretaria de Cultura de Minas Gerais.

Esta música alerta e denuncia que não dá mais para esperar! A hora da Serra do Lenheiro chegou, este é o momento de preservá-la.

Este é instante de lutar para que a memória de todos aqueles que construíram a história dessa Serra com a cidade de São João del Rei seja rememorada. É a hora de tomar atitudes capazes de salvar essa terra ferida, a água poluída, o mato ardendo nas queimadas.

É hora de salvar o solo da erosão; é hora de resgatar o verdadeiro valor da Serra do Lenheiro. Não tem outro momento; o presente é já, a hora chegou. O imediatismo que impera nessa música de Teté Santos se tornou um verdadeiro hino.

Está configurado neste clipe o artista tendo os pés no chão, o olho no infinito, o coração ecoando nas montanhas, o pensamento focado nas matas.

E as mãos vibram o maracá que evoca sons ancestrais dos donos originais da terra, buscando de volta em prol da preservação a sua energia mística e xamânica, como uma cura para a própria Serra do Lenheiro.